Monday, January 25, 2016

[há dias assim] se eu podia amar mais um que outro?

Poder até podia. Mas não consigo!

Estava a ler o post da Joana Gama d'a Mãe é que sabe aqui e lembrei-me daquilo que passei na gravidez, por achar que  não ia ser capaz de dar tudo aos meus dois filhos. Achava que esta dúvida se prendia mais como facto de o R. ser filho de outro pai e, principalmente, por não estar sempre connosco. Achava que por estar só semana sim, semana não com ele, que ele sentiria que dava mais ao irmão. Achava que eu iria trai-lo por estar mais tempo com o irmão. Achava que não ia amar tanto o irmão como o amava a ele. Dúvidas que soube hoje (obrigada Joana!) não ser a única a ter.

#nofilter #eutenhodoisamores

Cheguei até a falar um bocadinho sobre a minha insegurança aqui mas convicta (sempre) de que iria conseguir dar conta do recado. Li nos comentários do post da Joana que é normal e que muitas mães passaram pelo mesmo. Li também um comentário que dizia que não há amor como o primeiro. Não sei se esta senhora (ou senhor) é mãe (ou pai) de alguma criança e fala por experiência própria. Se assim for, admiro a sinceridade. Se não, olhe não sabe do que está a falar!

Eu não amo mais o meu primeiro filho. Nem amo menos. São amores diferentes mas igualmente grandes. E hoje sei que não é nada com que me tenha que preocupar. Ambos sabem, porque lhes digo diariamente (e demonstro) o quanto os amo, o quanto são importantes na minha vida e como seria impossível para mim não os ter.

Se é verdade que passo muito mais tempo com o V. por ser bebé e depender de mim para tudo, também é verdade que o R. já tem idade para fazer outros programas e ter outras conversas comigo, o que nos aproxima imenso.

O tal comentário dizia que o segundo era o segundo! E que não iríamos preocupar-nos tanto na gravidez, ou fazer tanta pesquisa, que não sentiríamos tanta ansiedade antes das consultas, que não teríamos tempo para o namorar porque tínhamos que nos ocupar do primeiro. Provavelmente tudo verdades, não sei! Mas nenhuma verdade é absoluta. No meu caso (e eu sei que é especial), a primeira gravidez foi muito mais simples e menos ansiosa. A segunda mais difícil e com muito mais ansiedade. O parto do primeiro foi "peaners" embora provocado e depois cesariana, sem uma única dorzinha. O segundo foram várias horas de contracções que também terminaram em cesariana. O primeiro foi comigo para o quarto. O segundo ficou nos cuidados especiais, embora tenha tido alta em menos dias que o primeiro.

Sou muito (muito!) mais cuidadosa e mariquinhas com o segundo. É raro deixa-lo com alguém, e quando deixo fico sempre de coração nas mãos (embora saiba que não é mal tratado!). O R. ficava imensas vezes com os avós. O V. nasceu prematuro e talvez seja por isso. Mas não tem problema nenhum e é saudável, portanto não se justifica.

Sabem aquele ditado que diz que o primeiro filho é de vidro, segundo de borracha e o terceiro de ferro? Parece-me que caminho em situação oposta. Isto tudo para dizer que as coisas são diferentes de mãe para mãe, mas que vamos amar os nossos filhos (ou pelo menos a maioria de nós!), mesmo que não seja logo logo, mesmo que achemos que amamos mais um do que outro, mesmo que os tratemos de formas diferentes. Mas amamos e sabe-mo-lo quando observamos pequenas coisas, que só nós é que vemos.



Aquele beijo,
*muah*
Ana

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